Em uma entrevista coletiva realizada por telefone na tarde desta quinta-feira, 15, Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, admitiu que ele chegou a considerar a possibilidade de tirar a rede social do ar para resolver falhas de segurança.
Durante a coletiva, um repórter do site norte-americano Recode citou o caso de Myanmar, país onde notícias falsas compartilhadas por Facebook e WhatsApp levaram a casos de violência nos últimos anos. O jornalista questionou se Zuckerberg considerou tirar a rede social do ar no país para impedir que mais mortes acontecessem.
Zuckerberg não comentou especificamente o caso de Myanmar, mas admitiu que tirar o Facebook do ar já foi uma opção considerada em algumas situações no passado. “Os casos em que nós consideramos [esta possibilidade] foram aqueles em que havia algum problema de segurança ou de privacidade envolvido”, disse o executivo.
O fundador do Facebook citou uma ocasião em que o Facebook foi, de fato, desligado para lidar com um problema. Aconteceu em 2010, quando a rede social tinha 500 milhões de usuários no mundo, e um funcionário deixou vazar por acidente protótipos de softwares em que a empresa estava trabalhando.
Na ocasião, o Facebook fechou as portas por algo entre 20 e 30 minutos até que o problema fosse resolvido. Um dos protótipos que vazou foi o do recurso de “lembranças”, que mostra ao usuário algo que ele postou no mesmo dia anos antes, e que ainda era inédito na rede social.
“Mais recentemente, quando nós descobrimos o problema de segurança que tivemos nos últimos meses, nós não desligamos o serviço para todos, mas desconectamos as pessoas que talvez tivessem sido afetadas”, acrescentou Zuckerberg durante a coletiva.
O “problema de segurança” a que Zuckerberg se refere é uma falha no recurso que permite visualizar o perfil de um usuário pelo ponto de vista de um amigo ou outra pessoa. A brecha atingiu milhões de pessoas ao redor do mundo, que foram brevemente desconectadas da rede social como precaução.
A possibilidade de desligar o Facebook por inteiro não chegou a ser mencionada por Zuckerberg no caso de Myanmar. Monika Bickert, líder global de Gerenciamento de Políticas do Facebook, que também participou da coletiva, disse apenas que a empresa se preocupa com o país e tem adotado medidas para mitigar o alcance de boatos e discurso de ódio na rede social.
Adaptado de: Olhar Digital