O Banco Next, hoje uma entidade subsidiária do Bradesco, deve se separar da instituição financeira até o final de 2019, segundo informações do jornal Valor Econômico. Lançado em janeiro de 2018 como uma espécie de “fintech dentro de outra empresa”, o Next nasceu como uma resposta do banco tradicional à crescente influência do Banco Original e do Nubank.
Desde a sua concepção, o Next sempre contou com identidade, conteúdo, gestão e imagem próprias, trazendo uma equipe exclusivamente dedicada que, hoje, amealha cerca de 250 funcionários. Sediado em Osasco (mais precisamente, na agência 3750 do Bradesco), na zona metropolitana de São Paulo, o banco ainda não determinou como será feito o desmembramento nem o tipo de investidor ambicionado, mas dadas as veiculações da empresa na mídia, é provável que eles continuem atacando o setor que tem no Nubank o seu principal exemplo de fintech de serviços bancários.
“Uma plataforma digital tem outras métricas, baseadas no crescimento e na capacidade de atrair clientes”, afirma ao Valor Maurício Minas, idealizador do Next, que atualmente possui 800 mil clientes ativos — em janeiro eram 550 mil. Segundo ele, a separação visa obter mais clareza nas avaliações de preço (valuation, na terminologia em inglês). Segundo o Valor Econômico, o Next tem um forte peso no mercado financeiro, haja vista que a maior parte de seus clientes não possuía qualquer relação com o Bradesco antes de seu surgimento.
Por ora, o Next segue como uma instituição subsidiária ao Bradesco, que não se manifestou sobre a separação.
Resposta à concorrência?
A movimentação da Next pela independência corporativa pode ser vista pelo setor como uma resposta ao crescimento da abrangência das empresas concorrentes no setor financeiro digital brasileiro.
Totalizando 6 milhões de consumidores, a maioria (73%) tem até 36 anos e está concentrada na região Sudeste (47%), onde a empresa mantém sede, próximo ao centro de São Paulo. Sobre seu mais recente lançamento, a NuConta, a empresa diz que, em apenas um ano e meio do produto, ela já registra alta de 270%, com base de usuários de 4 milhões de pessoas. “Dois terços da nossa base de clientes hoje já possuem uma NuConta, que é um produto totalmente inclusivo. Por isso, nossa prioridade para este ano é torná-la cada vez mais completa, com os serviços que as pessoas realmente precisam”, explica Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank.
“Temos a missão de empoderar as pessoas e dar a elas controle sobre suas finanças. Desde o início, nossos serviços foram criados para serem acessíveis, simples e transparentes”, ela comenta. “Ao marcar nossa presença em cada um dos municípios do Brasil, estamos fazendo a inclusão financeira de pessoas em locais onde muitas vezes não há outra opção”.
Adaptado de: Canaltech