Em 5 de julho de 1994, há exatamente 25 anos, Jeff Bezos fundava a Amazon, uma pequena loja virtual que se tornou umas das maiores empresas do mundo, transformando Jeff Bezos na pessoa mais rica da história. E, para o bilionário dono da empresa, isso quer dizer apenas uma coisa: que seu império está cada vez mais próximo de ruir.
Nos últimos seis anos, Bezos tem sido consistente ao afirmar em diversas entrevistas que, por mais que sua empresa seja uma das maiores do mundo hoje, assim como todo grande negócio da internet seu fim é iminente. E ele colocou até uma data de quando isso deverá acontecer: assim que a empresa completar 30 anos.
A primeira vez que Bezos tocou no assunto foi em 2013, durante o programa 60 Minutes da CBS. Bezos tinha ido ao programa mostrar o início do programa de entregas por drones da Amazon e, perguntado sobre o futuro da companhia, afirmou que todas as empresas de internet possuem um tempo de vida não muito longo, e que algum dia a Amazon também seria uma das tantas gigantes da internet a morrer. O CEO ainda afirmou que isso não o preocupava, porque era algo que ele já tinha aceito, pois era isso o que acontecia com todas as grandes empresas de qualquer época: dominavam durante algumas décadas e então ruíam, mas ele esperava que não estivesse vivo para ver o fim da Amazon.
Em 2017, Bezos escreveu para seus acionistas a famosa carta com a filosofia “Day 1” da empresa. “Day 1” é o nome do primeiro prédio onde a empresa funcionou -— e cujo qual é a sede dela até hoje — e, para Bezos, a Amazon deve sempre trabalhar com a mente de quando começou: a de que não há margem de erro, e todos os investimentos precisam vingar para que ela continue funcionando. Bezos explica ainda que passar para o “Day 2” significa se estagnar, o que é um caminho sem volta para a morte inevitável. Ele explica que existem companhias que conseguem ficar décadas no “Day 2” mas, assim que chegam nele, o fim é sempre o mesmo, e uma hora ou outra a empresa que um dia foi gigante vai perdendo relevância até um dia deixar de existir.
O caso mais recente do CEO falando sobre o fim da Amazon aconteceu em 2018, durante uma reunião com investidores cuja gravação foi obtida pela CNBC. Mesmo no ano passado — quando a empresa chegou a, por algumas horas, se tornar a companhia mais valorizada do mundo —, Bezos era categórico em afirmar que a Amazon não era grande demais para falhar, e que previa que isso um dia iria acontecer. Para ele, nenhuma companhia tem uma vida de extrema relevância no mercado de muito mais de 30 anos, e a Amazon não seria a exceção à regra.
Para Bezos, a tarefa dele como CEO não é apenas fazer com que a empresa cresça, mas também se esforçar para atrasar ao máximo a morte da companhia. Assim, se ele estiver certo de que a Amazon realmente morrerá depois dos 30 anos, teremos então menos de uma década para ler todos os e-books que compramos no Kindle e ainda nem abrimos para ver a primeira página.
Fonte: CanalTech